Por Lislaine Anjos, a @fleuralys
Início de noite de uma sexta-feira e o @Riqueferreira me pede para escrever sobre o Dia Internacional da Mulher, que foi há uns dias atrás. Aceitei o desafio, apesar de não saber exatamente qual o motivo da criação dessa data. Não, não me refiro à história. É que, para mim, todos os dias são das mulheres. Não sou feminista, muito menos desmereço a importância dos homens. Pelo contrário. Não estaria namorando há seis anos se não soubesse a importância que estes homens-meninos têm na nossa vida.
Mas não há como negar que pra ser mulher nesse mundo, precisa ter coragem. Afinal, ser mulher, mas mulher de verdade, é aprender a “matar um leão por dia” sem desarrumar o cabelo ou descer do salto. É conseguir ouvir as piadinhas machistas que circulam nos corredores das escolas e empresas e conseguir achar graça junto.
Ser mulher é agüentar as mudanças radicais de seu corpo - que só a gravidez ou o envelhecimento traz – com o queixo erguido, e ainda conseguir se olhar no espelho e dizer pra si mesma: “Que mulherão!”.
Ser mulher é se arrumar toda para sair com quem se ama e conseguir fingir que não liga se ele não reparar no seu novo corte de cabelo ou no novo sapato que você comprou apenas para aquela ocasião.
Ser mulher é sentir cólicas absurdas, enfrentar a TPM, e fingir para o seu chefe que o “esporro” que ele está lhe dando não está te afetando.
Ser mulher é não suportar passar por “aqueles dias”, mas entrar em desespero quando eles atrasam a chegar.
Ser mulher é ser capaz de traçar um objetivo e correr atrás dele a qualquer custo, até alcançá-lo, e depois fingir que não se esforçou tanto assim.
Ser mulher é receber elogios tão esperados e desejados, e conseguir sentir vergonha por ter seu trabalho ou sua beleza reconhecida.
Ser mulher é passar pela rua, chamar a atenção e fingir que se ofende quando algum desconhecido lhe passa uma cantada.
Ser mulher é lutar todos os dias com a balança, mas não negar um chocolate, quando este lhe é oferecido.
Ser mulher é ser filha, amiga, mãe, namorada, esposa, amante e profissional: tudo isso ao mesmo tempo.
Ser mulher é não conseguir dormir antes de sentir que seu dever foi cumprido e que todos aqueles que você ama estão bem.
Ser mulher é comprar um pote de sorvete, falar aos quatro ventos que está bem, se esconder no quarto e chorar assistindo um filme que já conhece o final, somente porque que sofre as angústias da personagem como se fossem as suas, a cada vez que revê.
Ser mulher é poder ter seus ataques de loucura ao ir ao shopping e comprar mais do que pode gastar.
Ser mulher é passar a adolescência falando que não quer ter filhos, mas se derreter ao ver o bebê da amiga nascer.
Ser mulher é não saber como ligar o fogão, se orgulhar disso, e ainda assim tentar fazer alguma receita dar certo.
Ser mulher é viver em uma eterna dúvida se fez a escolha certa ou não, mas demonstrar para todo mundo que tem certeza que tomou o caminho correto.
Ser mulher é conseguir dar conta de responder aos anseios dos pais, irmãos, sogros, marido, filhos e amigo (as) e fingir que não liga quando ninguém atende a um pedido seu.
Ser mulher é aproveitar quando ninguém está te vendo para fazer caras e bocas, brincar com a maquiagem, experimentar roupas e acessórios pelo simples prazer de se ver bem em frente ao espelho.
Ser mulher é dizer que não gosta de ursinhos e flores, mas sentir vontade de chorar se o seu filho te trouxer um punhado de terras e folhas e disser que “colheu a florzinha” para você.
Ser mulher é ficar igualmente feliz com uma rosa que ganhou do marido, um buquê que ganhou do pai ou um cartãozinho que recebeu do (a) filho (a).
Ser mulher é ter o direito de fazer biquinhos nas poses para fotos e ficar com manha quando quer ganhar carinho.
Ser mulher é conseguir sorrir, mesmo depois de um dia cansativo, e ver o lado bom da vida dos outros, mesmo que não enxergue o mesmo no seu.
Ser mulher é falar pelos cotovelos e escrever demais, mesmo quando te pedem para fazer um simples post sobre “ser mulher”.
Ser mulher é “botar a face à tapa” para receber críticas ou elogios sobre um texto escrito às pressas, mesmo que esteja morrendo de vergonha para publicá-lo.
Se você é mulher, sabe que ser mulher é ser tudo isso que eu descrevi aí em cima e muito mais que não caberiam nesse blog.
Se você não é mulher e não entendeu nada do que foi dito aqui, não é tarde demais! Você pode tentar enxergar com novos olhos as mulheres que te cercam e por fim admirá-las pelo que elas são, fazem e representam, e não pelo número de seu manequim.
specialty coffee
